Raça, profissionalismo, amor à camisola. Se perguntarem a cada um dos adeptos do Manchester United qual a personalidade que queriam que todos os jogadores do seu clube tivessem, estou seguro que a grande maioria diria Gary Neville. 19 épocas nos Red Devils, mais de 600 jogos, 24 títulos. Entre eles, 10 vezes campeão inglês e duas Ligas dos Campeões. Gary Neville era notável, mas a sua habilidade ultrapassava os limites do futebol.

Tinha pouco mais de 20 anos quando viu um colega de equipa, Ben Thornley, ser forçado a terminar a carreira por lesão após ter jogado apenas 9 jogos. Nesse momento percebeu que tinha de alargar horizontes e pensar na vida além do futebol. Com 23 anos investiu numa empresa de design de um amigo e aí começou a construir os alicerces do que hoje é um verdadeiro império de negócios: 30 empresas e mais de 500 colaboradores. Gary Neville era um profissional de dois mundos, passando com distinção entre os balneários e salas de reuniões. Treinava de manhã e ia para o escritório à tarde. O próprio confessa ter escondido a sua atividade a Alex Ferguson, pois o próprio “não ia permitir distrações”, pelo que muitas vezes atendia chamadas de trabalho no balneário longe de todos.

De uma carreira absolutamente brilhante no futebol, para uma não menos impressionante carreira empresarial, Gary Neville foi, é e será um símbolo e um exemplo para todos.