Patrícia Silva e a medalha de bronze em nome da família

Aos 25 anos, Patrícia Silva é a mais recente atleta nacional a conquistar uma medalha numa grande competição internacional. Chegou ao bronze na final dos 800 metros dos Campeonatos Mundiais de Pista Curta, na China. Eis a história de uma atleta habituada logo à nascença.

Diz o ditado que ‘filha de peixe sabe nadar’ e Patrícia Silva, 25 anos, tem os genes todos para chegar longe no atletismo. Este fim-de-semana foi a estrela maior da seleção de Portugal ao conquistar a medalha de bronze dos 800 metros nos Campeonatos Mundiais de Pista Curta realizados em Nanjing, na China.

Com um final poderoso e de crença, Patrícia Silva conquistou a medalha de bronze correndo um centésimo mais rápido que a suiça Audrey Werro. Numa corrida em que foi respondendo sempre com boa colocação tática e no final acreditou em que podia chegar às medalhas. Chegou e bateu o recorde de Portugal: 1m59s80”.

O atletismo “corre-lhe” no sangue

Os genes de Patrícia Silva relacionados com o atletismo vão na terceira geração. O avô, Carlos Cabral, na década de 1980, e mais tarde o seu pai Rui Silva, na viragem do século, foram também protagonistas nas pistas. Tal como a sua mãe, Susana Silva, lhe transmitiu e continua a transmitir os segredos da modalidade. Susana Silva foi também ela atleta de meio-fundo e é atualmente a sua treinadora.

O pai Rui Silva, foi bronze nos Jogos Olímpicos Atenas2004 e nos Mundiais Helsínquia2005, nos 1500m, distância que também é uma das especialidades de Patrícia Silva. O ex-atleta, natural de Santarém, sagrou-se, campeão dos 1500m com a mesma idade que a filha tem hoje – 25 anos. Foi no ano de 2002 no Campeonato Europeu de pista curta em Viena. Patrícia tinha, aí, três anos.

Antes de Rui Silva, o seu pai Carlos Cabral, avô de Patrícia, nascido em Lagos, atingiu por duas vezes, em 1980 e em 1982, as finais de pista curta, tendo ficado em quinto lugar em Estugarda e em sexto lugar em Milão.

Patrícia Silva, que compatibiliza um regime de treinos bidiários com o curso de Ciências do Desporto, afirmou-se em junho do ano passado nos 800m, quando fixou o recorde pessoal em 2m00,07s, com o terceiro lugar no meeting Ibero-Americano, em Huelva. Além disso, um mês depois, sagrou-se campeã de Portugal na mesma distância em pista curta, superando, por uma margem mínima de dois centésimos de segundo (2m00,79s), o recorde de Carla Sacramento (2m00,81s) nesta distância em pista curta.

Domingos Castro nos Açores para a primeira AG descentralizada da FPA

O feito de Patrícia Silva e da sua medalha de bronze aconteceu no mesmo fim-de-semana em que o ex-atleta Domingos Castro, agora presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, cumpriu mais uma das suas promessas eleitorais, descentralizando as Assembleias Gerais da FPA. A primeira nestes moldes realizou-se no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Açores.

Durante esta Assembleia Geral, entre outros assuntos, aprovou-se por unanimidade o Relatório de Atividade e Contas referente ao ano de 2024. Além disso, abriu-se ainda caminho para um futuro com mais Atletismo. Ou seja, o início de uma nova fase, com a participação ativa de todos os Associados. Por fim, aprovaram-se todos os pontos da agenda.

No final dos trabalhos, o encerramento da sessão ficou entregue ao Diretor Regional do Desporto dos Açores, Ricardo Matias, a quem Domingos Castro entregou, de forma simbólica, uma distinção. Além disso, a Associação de Atletismo da Ilha Terceira, representada pela sua Presidente, Luísa Calado, foi igualmente distinguida, desta vez pelo presidente da FPA.