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João Carlos Teixeira: “Na China voltei a ser feliz”

João Carlos Teixeira: “Na China voltei a ser feliz”

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Médio português é uma das figuras do Shanghai Shenhua, líder do campeonato chinês. Ao Craques, o jogador natural de Braga fez uma ‘revisão’ do percurso profissional. Do Liverpool até à época “por explicar” no FC Porto, passando por experiências no Braga e Vitória SC ou ainda no Qatar, tudo serviu para crescer. A China foi a melhor surpresa.

João Carlos Teixeira vive um grande momento no Shanghai Shenhua. O clube, depois de ter perdido o campeonato por um ponto na época passada, arrancou da melhor forma em 2025, ao triunfar na Supertaça. E agora lidera o campeonato com 6 pontos de avanço para a concorrência. “Este ano estamos focados em conquistar o campeonato, que o Shanghai já não ganha há 30 anos. Foi em 1995 a última vez que conquistou. E a primeira também. É o maior objetivo esta temporada”, explica, num exclusivo ao Craques. Elemento preponderante da equipa orientada pelo russo Leonid Slutsky, o médio, de 32 anos, encontrou, então, na China uma oportunidade para mostrar o seu bom futebol. João Carlos Teixeira: “Na China voltei a ser feliz.”

Já a relação com Slutsky é, então, a melhor possível. “Temos uma relação muito boa. Posso dizer que é uma pessoa muito afável. Tanto a nível pessoal como profissional. Sempre disponível, muito inteligente e uma pessoa que me ajudou muito no meu percurso na China. Tenho um grande respeito por ele”, confessa.

João Carlos Teixeira já renovou pelo Shenhua mas pode voltar a fazê-lo em breve

Talvez por isso, a equipa esteja este ano a apresentar os melhores resultados. “Já é o segundo ano com ele e conhecemo-nos cada vez melhor. Ele tem sido muito importante. Mesmo fora de campo, podemos falar sobre tudo o que entendermos. Tem muitos anos de experiência”, reconhece o camisola 10 do Shanghai Shenhua.

Elogios ao jogador chinês

A proposta do Shanghai Senhua chegou de forma inesperada. Motivou um tempo para decidir, mas já é uma aposta ganha. “Tinha contrato no Qatar e o meu agente apareceu com uma proposta do Shenhua. Não esperava, até porque ainda nem tinha acabado a época. Mas era uma oferta muito vantajosa financeiramente, ainda que a China fosse o desconhecido para mim. Tive 5 dias para decidir, não conhecia mesmo nada disto”, conta.

Mas resolveu aceitar. E hoje não se arrepende. “Shanghai é uma das grandes cidades do Mundo, a China é um país muito bom para se viver, seguro, em família. E as condições do clube são excecionais”, explica. Apostar no Shenhua foi uma vitória: “Melhorou bastante a minha carreira, foi onde voltei a ser feliz, a ser apoiado e apreciado pelos adeptos.”

E pese embora as dificuldades que sentiu a nível de comunicação, até porque os chineses não falam inglês, João Carlos Teixeira deixa elogios aos jogadores. “O jogador chinês, apesar de não ser evoluído tecnicamente, corre muito e não é nada débil fisicamente”, avalia, antes de explicar que o paradigma do futebol chinês mudou: “A China teve aqueles anos loucos, de pagar fortunas por jogadores, como agora acontece com a Arábia Saudita, mas agora está com um projeto mais sustentado. Vai demorar mais tempo, mas é muito mais estável, porque o objetivo deles é apostar na formação.”

Leonel Pontes dirige a Academia do Shenhua

Foi devido ao projeto que o Shanghai Shenhua decidiu apostar na experiência de quem já trabalhou na formação durante muitos anos. “No Shanghai Shenhua, temos o mister Leonel Pontes, que é o diretor da Academia de Formação. E ele vem com esse propósito, para organizar e melhorar”, refere.

Qual é, então, a função principal do antigo técnico da formação do Sporting? “Ele veio para contratar treinadores e formar os jovens, mas também o treinador chinês. Para que depois, no futuro, o jogador chinês seja mais desenvolvido. E isto exige tempo, naturalmente. Mas a nível de infraestruturas, o Shanghai tem das melhores do Mundo”, considera João Teixeira.

A mudança no Liverpool e as amizades que ficaram

Em 2012/13, João Teixeira deixou a formação do Sporting e rumou ao Liverpool, onde chegou a jogar pela equipa principal, tanto sob as ordens de Brendan Rodgers como de Jürgen Klopp. “O Klopp quando chegou, sentiu-se logo uma mudança muito grande. Chegou com muita força, já era um treinador respeitado na Europa. Tinha um grande peso no Liverpool e todos seguiam o que ele dizia. E quando tudo começa a resultar, ainda tem maior capital”, explica.

A relação com Klopp no Liverpool sempre foi bem-disposta

A experiência vivida em Inglaterra também lhe permitiu fazer algumas amizades. Nomeadamente com os jogadores brasileiros com quem partilhou balneário em Anfield. “Dou-me bem com o Firmino, dos tempos do Liverpool. Também ainda falo com o Lucas Leiva, vamos trocando mensagens. Estive com o Lucas há duas semanas aqui em Shanghai e ele depois foi para a digressão de pré-época do Liverpool. Eles levam sempre ex-jogadores”, conta.

E se Teixeira saiu ainda com Klopp ao comando, acabou por conhecer, então, mais tarde… Arne Slot, no Feyenoord. Que se tornou no sucessor de Klopp. Apesar de não ter tido espaço com o técnico holandês no Feyenoord, as recordações que João Teixeira guarda de Slot são muito boas: “É verdade que não joguei muito com ele, mas gostei muito dele. É um excelente treinador. Foi sempre direto e honesto comigo.”

FC Porto é história difícil de explicar

Após a passagem por Anfield, o médio rumou, então, à Invicta em janeiro de 2017. Em meia época, Teixeira fez 10 jogos e marcou 2 golos. Mas no verão, não ficou. “É uma história difícil de explicar. Gostei muito de estar no clube, mas ainda é difícil de explicar por que é que não resultou”, atira.  

João Carlos Teixeira jogou apenas meia época no Dragão. Foto: Eduardo Oliveira/ASF

SC Braga e Vitória SC

Após meio ano no Dragão, o médio foi emprestado ao SC Braga pelo FC Porto. Estava, então, consumado o regresso a casa do médio natural de Braga. Mas, no verão, de 2018, Teixeira assinou pelo eterno rival, Vitória. Onde viveu duas épocas completamente diferentes.

“No primeiro ano tive uma pubalgia e foi complicado. Tinhas muitas dores, houve momentos em que nem sequer conseguia passar uma bola. O segundo ano já correu muito melhor, fiz golos e fazia parte da equipa com regularidade. Mas depois vou para o Feyenoord…”

Agradecimento ao Famalicão

Nos Países Baixos, as lesões voltaram, então, a atacar. Teixeira fraturou o perónio e ficou vários meses impossibilitado de dar o contributo à equipa. Foi, então, que surgiu a proposta do Famalicão. Onde o médio recuperou a alegria de jogar. “Em janeiro fui para Famalicão. Foi outro momento em que dei a volta por cima, as coisas correram bem. Estava perto de casa e até nesse sentido foi bom para mim”, diz.

O período vivido no Famalicão fez Teixeira regressar ao seu melhor nível

E não deixa de agradecer a duas pessoas especiais. “Ao mister Rui Pedro Silva, que me ajudou muito. Assim como o presidente Miguel Ribeiro. Foram impecáveis”, reconhece.

Seguiu-se, então, uma experiência no Qatar, na altura do Mundial’2022. “Depois vou para o Qatar. A experiência foi muito boa, estávamos na altura do Mundial, tudo estava muito bem preparado”, conta ao Craques, o médio.

Como vê o futebol português

Aos 32 anos, e com contrato até dezembro deste ano, Teixeira tem noção de que “o sonho de jogar em Itália já é longínquo” e prefere “continuar na China”. Por isso, espera, então, um contacto do Shanghai Shenhua, onde tem o colega e amigo Manafá na equipa, para a renovação.

Enquanto isso não acontece, João pretende, então, ajudar o clube a sagrar-se campeão chinês e vai espreitando, sempre que pode, o futebol português. E considera que, embora o FC Porto venha a tornar-se mais competitivo com Farioli, Sporting e Benfica serão os maiores candidatos ao título.

“Vamos ver como é que o Sporting se dá com a saída do Gyökeres e se Luis Suárez dá conta do recado. O Benfica tem um plantel fantástico, veremos se resulta. E o FC Porto vai ser mais forte, só não sei se já dá para entrar na luta. Braga e Vitória? Têm bons plantéis e, embora o Braga esteja num patamar diferente, o Vitória tem melhorado muito nos últimos anos não só nas infraestruturas como a nível de plantel. Ambos podem fazer bons campeonatos”, diz.

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