Nuno Farinha
Domingos Castro
O super clássico do fim-de-semana ficou marcado pela ameaça de uma virose que terá atacado forte no Seixal e que, inicialmente, fazia até crer que o jogo pudesse estar em risco! Tal era, aparentemente, a gravidade e a dimensão da doença que se espalhara pelo plantel, equipa técnica e staff do Benfica! Começou a perceber-se, poucas horas depois que, afinal, o caso não era assim tão grave. Passou-se para uma virose já “mais controlada” e, fontes oficiosas, foram deixando cair - a conta-gotas - alguns “detalhes”. Por exemplo: não estavam jogadores em risco para o clássico e, entre outra informação “solta”, apenas dois jogadores (um titular, outro suplente) teriam sido mais atacados pelo “bicho”. A Comunicação do Benfica foi vendo a notícia “alastrar” a grande velocidade e, perante a normal especulação e criação de cenários, em momento algum entendeu que faria sentido esclarecer sócios e adeptos sobre o que realmente estava (ou não) a passar-se. Um vírus à solta no Seixal não foi o suficiente, no entendimento de quem gere a informação oficial do Benfica, para deixar, sobre o tema, uma singela nota no site oficial do clube. Conclusão: os programas de desporto das televisões passaram horas a debater uma “notícia” sobre a qual pouco ou nada se sabia, os jornais online mantiveram o tema em grande destaque durante várias horas e até a edição impressa da insuspeita “A Bola” acabou por dedicar a primeira página ao vírus que causou a vários jogadores e ao próprio Mourinho - cito - “dores de cabeça e no corpo”. A forma como esta informação acabou por ser do conhecimento público merece um olhar atento, de facto. Em primeiro lugar, a tremenda coincidência de ter ocorrido dois antes da ida ao Dragão e dois depois da derrota em Londres. Depois, deve perguntar-se: de onde partiu a fuga de informação? Mais do que isso: esta fuga de informação deve ou não preocupar os responsáveis do Benfica? Aparentemente, não parece ter preocupado. Porque, também aparentemente, ninguém quis esclarecer oficialmente o que estava em causa. Os boletins clínicos dos clubes existem há anos e servem para isto mesmo: atualizar, esclarecer, informar. Não o fazendo, presume-se que ao Benfica interessou exatamente o contrário: não atualizar, não esclarecer e não informar. Uma virose é um assunto com o qual não se brinca e, portanto, nem me passa pela cabeça que possa existir aqui qualquer eventual - chamemos-lhe assim - tentativa de “mind game”. Independentemente da alta ou baixa gravidade do caso, a pergunta que importa ser feita é: saber-se que um vírus causou alguma limitação (grande ou pequena, pouco importa) na preparação do clássico é uma vantagem ou uma desvantagem para o Benfica? Por que razão esta informação acabou por tornar-se pública? Por que motivo se revelaram alguns detalhes - sempre oficiosamente - sobre a situação clínica que estaria a afetar o grupo de trabalho no Seixal? O Benfica tem, há muitos anos, uma superestrutura profissional preparada para lidar com qualquer imprevisto. O Benfica tem, também, um grupo de trabalho multidisciplinar, no Seixal, capaz de resolver qualquer situação deste género em poucas horas. O Benfica tem uma equipa médica alargada e protocolos para implementar ao nível do que de melhor se faz na Europa. O Benfica tem instalações, na sua Academia, com tudo o que se exige no (mais) alto rendimento. O Benfica, por fim, gastou mais de 120 milhões de euros em reforços, na última janela de verão, para acrescentar valor a um plantel que já era o mais valioso da nossa Liga. E o Benfica tem, recorde-se, o treinador mais experiente e mais titulado de sempre em Portugal. Nunca poderiam, então, ser “dores de cabeça e no corpo” nalguns atletas e nalguns elementos da equipa técnica a impedir o Benfica de ir ao Porto buscar um resultado positivo. Até porque, em recente entrevista, Rui Costa já garantiu que “o Benfica não vai sair do Dragão a 7 pontos.”
Em mais de uma hora e meia de conversa, na visita aos estúdios da TVI e da CNN, o presidente-candidato, Rui Costa, não conseguiu deixar na agenda nenhuma ideia nova para o mandato a que irá a concorrer no dia 25 de outubro. Terminada a entrevista a Sandra Felgueiras e Sousa Martins, decidi, por curiosidade, ir espreitar os títulos que estavam nos principais jornais online. “Na Champions tivemos talvez o melhor quadriénio em termos de pontuação.” (Mais Futebol) “O problema não era Bruno Lage, é físico e emocional” (Record) “João Félix? Não consigo combater com a Arábia Saudita” (A Bola) “As contas de Vieira eram melhores do que estas, mas há justificações, sem desculpas” (O Jogo) “Perder ou ganhar as eleições do Benfica não me preocupa” (Público) “Mourinho não veio ganhar mais do que ganhava Schmidt” (Sapo) “É difícil estar preparado quando se torna presidente do dia para a noite” (Zerozero) “Rui recusa que houvesse um plano premeditado para afastar Bruno Lage” (Correio da Manhã) Ou seja, não por responsabilidade – obviamente! – dos (excelentes!) entrevistadores que são a Sandra e o Joaquim, mas a verdade é que se chegou ao final da noite e os sócios do Benfica não conseguiram ficar a perceber qual é, afinal, o projeto de Rui Costa para os próximos quatro anos do Benfica caso venha a ser eleito. E esta foi, indiscutivelmente, a primeira grande oportunidade que o atual presidente teve para explicar de que forma pretende devolver a estabilidade financeira ao Benfica (entretanto perdida), de que forma pretende recuperar a hegemonia desportiva (entretanto perdida) e, no fundo, estava aqui igualmente a primeira oportunidade (entretanto perdida) para convencer os sócios de que continua a ser ele próprio, Rui Costa, a melhor solução para liderar o clube e a SAD. Enquanto João Noronha Lopes, Luís Filipe Vieira e João Manteigas centram toda a estratégia de comunicação naquilo que realmente interessa (2025/2029), o presidente em exercício desdobra-se em explicações sobre o passado (as condições em que assumiu o clube, por exemplo) e até sobre o presente (as condições em que Mourinho foi contratado, por exemplo). Sobre o futuro, na realidade, nem uma única ideia Rui Costa foi capaz de deixar. Projetar os próximos anos de um gigante como o Benfica não deve ser, convenhamos, tarefa fácil. Mas o mínimo que um candidato está obrigado a fazer é indicar o caminho, propor soluções e apresentar uma visão de futuro. Rui Costa não foi capaz de fazer nada disso. Noronha tem toda a estratégia virada para um ‘novo Benfica’. Manteigas apresentou, já em junho, um programa que assenta em cinco pilares que contêm 54 medidas. E Vieira, já o disse, quer regressar para concluir a obra cujo mérito todos lhe reconhecem. Rui Costa, na primeira grande entrevista, não foi capaz de deixar, sequer, uma única pista sobre o que pretende fazer do Benfica. Ou a equipa de Mourinho consegue o milagre de arrancar bons jogos (e resultados!) frente ao Chelsea, FC Porto e Newcastle ou, muito provavelmente, Rui Costa vai acordar a 26 de outubro como ex-presidente do Benfica.
Um dia, ainda enquanto treinador do FC Porto, José Mourinho surpreendeu toda a gente ao anunciar em conferência de imprensa o onze inicial da sua equipa para o jogo do dia seguinte. E não era um jogo qualquer: era um clássico! Mas, na era dourada dos ‘mind games’, Mourinho chegou a ir ainda mais longe. Imagine-se que, em certa ocasião, chegou a anunciar… o onze inicial da equipa adversária. Já foi há muitos anos, é verdade, mas a essência de José Mourinho é a mesma. Continua a apresentar-se em cada conferência de imprensa com a perfeita consciência de que é nesse momento que cada jogo começa. E sabendo que também não acaba quando o árbitro pela última vez: termina, apenas, quando Mourinho vai à sala de imprensa, após o jogo, para explicar porque ganhou, empatou ou perdeu. É verdade que, ao longo da carreira, ganhou muito mais vezes do que perdeu: 738 vitórias, 250 empates, 207 derrotas. Não é preciso ‘Googlar’, nem perder muito tempo à procura de vídeos no Youtube para ter a certeza de que as conferências de imprensa de Mourinho mais marcantes estão naquele conjunto de 207 derrotas. Quase sempre – fosse no Benfica, na União de Leiria, no FC Porto, no Chelsea, no Inter, no Real Madrid, no Manchester United, no Tottenham, na Roma ou no Fenerbahçe – a versão mais explosiva de Mourinho foi sempre vista nesses momentos de derrota e, por consequência, desilusão. Mourinho é, assumidamente, alguém que tem pouco fair-play. Foi o próprio, ainda agora, ao ser apresentado no Seixal, que sublinhou ser alguém que lida muito mal com os desaires e que, por vezes, reage mal. Ou, até, muito mal. Nos últimos anos, de resto, têm sido mais impactantes os momentos de comunicação de José Mourinho do que propriamente a qualidade do ‘jogar’ das suas equipas. Mourinho tem sido mais vezes notícia pelas chorudas indemnizações que tem recebido do que pelos títulos conquistados. Há 20 anos, quando foi – justamente – considerado o melhor treinador do Mundo, Mourinho era brilhante em tudo: nas salas de imprensa e no campo. As coisas mudaram e é difícil saber exatamente porquê e quando. Mas foi há muito tempo. De regresso a Portugal e, também, de regresso ao Benfica, a expetativa para as próximas semanas é gigantesca. Trata-se, indiscutivelmente, de uma das três maiores figuras da história do futebol português (juntamente com Eusébio e Cristiano Ronaldo) e, só por isso, estes momentos que estamos a viver são… história. Não é fácil ser Mourinho. Nem, sequer, é fácil tentar ser Mourinho. Mas, se o fosse, terminaria este texto… “à Mourinho”. Dizendo o onze do Benfica no jogo que marca a sua estreia nesta sua ‘segunda vida’ de águia ao peito: Trubin; Dedic, Tomás Araújo, Otamendi, Dahl; Enzo, Ríos; Aursnes, Sudakov, Schjelderup; Pavlidis.
Nuno Farinha
Domingos Castro
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