Com o embate decisivo entre Portugal e Irlanda agendado para amanhã, sábado, o mundo do futebol volta os seus olhos para a qualificação para o Mundial’2026, disputado nos Estados Unidos, Canadá e México. No centro das atenções encontramos Matthew Leal, um jogador com raízes em ambas as culturas futebolísticas. Nascido nos Estados Unidos, mas com família e formação futebolística em Portugal e atualmente a jogar na Irlanda, Matthew oferece uma perspetiva única sobre o confronto.

“No futebol tudo pode acontecer!”, revela Matthew Leal, um nome que ressoa entre os adeptos do Athlone Town, do segundo escalão irlandês. A sua jornada no futebol é um testemunho de adaptabilidade e paixão, tendo passado pela formação do Belenenses, Sacavenense e Casa Pia e agora a consolidar a sua carreira na Irlanda. “Para mim, os Estados Unidos são a minha primeira casa e Portugal a segunda, porque a família do meu pai é de Portugal”, explica, sublinhando a sua ligação profunda a ambos os países.

Uma viagem entre dois mundos

Nascido em Newton, nos Estados Unidos, um dos países anfitriões do próximo Mundial, Matthew Leal mudou-se para Portugal aos 14 anos para perseguir o sonho de ser futebolista. “Eu e o meu irmão fomos para Portugal para jogar nos juvenis do Belenenses”, recorda. A sua passagem pelo Belenenses, Sacavenense e Casa Pia moldou-o como jogador, mas foi na Irlanda que encontrou uma nova casa. “Quando recebi a proposta de Athlone, eu e a minha família ficámos muito felizes”, afirma. A adaptação foi surpreendentemente fácil, graças às suas raízes familiares irlandesas: “Para mim, a transição foi muito fácil, porque a família da minha mãe é da Irlanda e tenho mais família na Irlanda também.”

O futebol irlandês, no entanto, apresentou um desafio diferente. “O futebol é parecido com o de Inglaterra: muito forte, fisicamente difícil e muito mais direto que o futebol português”, descreve. Esta diferença de estilo foi a parte mais complicada da sua mudança, mas contou com o apoio fundamental do seu treinador, Dário Castelo, e do diretor Michael O’Connor, que o ajudaram a superar as dificuldades e a afirmar-se no clube. “São grandes pessoas e ajudaram-me muito”, salienta.

O olhar sobre o Portugal-Irlanda

Em relação ao jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo entre Portugal e a Irlanda, Matthew Leal é pragmático. “Tenho muito respeito pelo futebol irlandês e pela Seleção também. Penso que eu e todas as pessoas na Irlanda podem dizer, com confiança, que Portugal vai ganhar”, comenta, embora ressalve que “no futebol tudo pode acontecer!”.

O respeito pela seleção irlandesa é evidente, mas a confiança na vitória de Portugal prevalece. “A Irlanda tem bons jogadores, em boas equipas, vamos ver”, acrescenta. O jogo entre Portugal e Irlanda, a contar para a qualificação para o Mundial’2026, está agendado para amanhã, dia 11, às 19:45 (Portugal Continental), no Estádio José Alvalade.

O futuro e os desafios pessoais

O futuro de Matthew, no entanto, é incerto. Uma lesão de osteoartrite, relacionado ao desgaste da cartilagem que protege os ossos, algo que se vê algumas vezes em jogadores profissionais, tem-no mantido afastado dos relvados desde 2024, obrigando-o a repensar a sua carreira. “Por agora não posso jogar porque tenho osteoartrite, então agora estou numa nova fase da minha vida”, partilha. “Por enquanto não tenho a certeza do que vou fazer”, admite, sem certezas sobre o que o futuro lhe reserva.

Ainda assim, o balanço da sua carreira é positivo, e a esperança de voltar a jogar permanece viva. “Estou contente e vamos esperar para ver o que se vai passar comigo”, remata.

Matthew Leal aborda o Portugal-Irlanda: “No futebol tudo pode acontecer!”