
O exemplo do Arraiolense – ir lá abaixo para recuperar a paixão do povo
No ano em que cumpre 50 de vida, o Arraiolense deu um exemplo de desportivismo. Depois de uma época aquém das expetativas, o presidente António Campos entendeu que estava na altura de refazer uma equipa que tivesse maior ligação afetiva à vila de Arraiolos e tomou uma decisão não muito comum no futebol. “Acabámos no último lugar da Divisão de Elite na época passada e até fomos convidados a ficar, uma vez que a competição passou a ter 12 equipas, em vez das 10 do ano passado. Mas decidimos descer de divisão voluntariamente”, explicou. O exemplo do Arraiolense – ir lá abaixo para recuperar a paixão do povo.
O plano estava bem traçado na cabeça daquele que é presidente do Arraiolense há 23 anos. “Sempre pensámos que ganhar não é tudo e perder não é o fim de nada. E quisemos baixar de escalão, para chamar mais jovens naturais da vila e devolver o clube à nossa comunidade. Percebemos que as pessoas não se identificavam com a anterior equipa e tínhamos de mudar isso. Agora temos as bancadas muito mais compostas”, refere o líder do Arraiolense.
Foi nesse sentido também que o clube apostou no jovem técnico Luís Varela, de 32 anos. Um antigo produto das camadas de formação do Arraiolense.

Há 23 anos, António Campos ia a uma assembleia do Arraiolense para apoiar uma candidatura e… saiu de lá empossado. “Fui lá para apoiar um candidato à direção do clube e saí de lá como presidente! Isto em 2002. E, desde então, temos vindo a comandar os destinos do Arraiolense”, conta o presidente ao Craques.
Entre várias funções que “num clube como este, é inevitável acumular”, António Campos já tem obra feita no Arraiolense. Mas, com o novo mandato até 2027, espera ver ainda concluído um objetivo antes de se afastar. “Sempre disse que quando o clube tivesse o sintético novo, eu ia-me embora. Mas esse já foi colocado em 2010 e ainda este ano foi substituído. E eu continuo cá [risos]. Mas, antes do fim deste mandato, gostava de ver concluída a inauguração da nova sede do clube. A antiga era num edifício devoluto no centro da vila e conseguimos, numa permuta com a Câmara, transitar a sede para uma nova obra na antiga bancada do estádio. Já iniciei este processo há 16 anos, vamos lá ver”, explica.
Sobre Luís Varela, o presidente não tem dúvidas. “A equipa técnica da época passada foi um erro de casting. Falámos com o Luís no final da época, ele tinha sido adjunto no Sporting Clube Viana do Alentejo. E rapidamente chegámos a acordo”, diz, quem conta no clube com 7 escalões de formação, nos quais tem 8 equipas.

“O Luís foi atleta da nossa formação e conhece bem o clube. Demos-lhe oportunidade para escolher a sua equipa técnica e a verdade é que esta equipa tem aproximado os nossos adeptos. Estou feliz por ver o Arraiolense assim”, confessa. António Campos manifestou ainda a intenção de “encontrar um substituto” que possa depois comandar o clube após a sua saída. “Não é fácil. As pessoas hoje-em-dia querem chegar ao fim do dia, calçar as pantufas, sentar-se no sofá e ver televisão calmamente. E isto exige muito tempo e dedicação. Tanto durante a semana como aos fins-de-semana”, reconhece.
Luís Varela voltou, então, ao seu clube de infância e o trabalho está à vista de todos. Este jovem técnico não alinha pelas palavras de ocasião e assume um discurso bastante claro. “Desde já, os meus parabéns ao Craques por esta aposta em mostrar o que fazem os clubes destas divisões. Depois, dizer que é a minha primeira experiência como técnico principal a iniciar uma época. Trabalhei muitos anos como adjunto, o que me permitiu ganhar experiência e ter mais bases para que, quando surgisse uma oportunidade destas, estivesse preparado”, explicou.

Sobre a equipa, a intenção ia ao encontro da ambição do presidente. “Mesmo eu estando de fora, dava para ver que, nos últimos anos, a equipa vinha-se degradando pelos mais diversos motivos. Eu atribuiria a dois fatores. O primeiro era o contexto: a Divisão de Elite tinha 10 equipas, mas 7 ou 8 eram muito competitivas e só se preocupavam com os primeiros lugares. O segundo passava, então, por reconstruir uma equipa mais jovem e homogénea. Misturando necessariamente a irreverência com a experiência”, sublinha.
Num plantel construído “para dar espaço a vários jovens”, o técnico Luís Varela recrutou alguns jogadores que já conhecia bem e outros que já tinha observado, mas que não conhecia tão bem. E há um trio que já o conquistou. “O compromisso de toda a equipa, sem exceção, tem-me deixado muito contente. Mas eventualmente destacaria três jogadores sub-23 e todos ‘made in Arraiolos’ que se calhar eu esperava que precisassem de mais tempo de adaptação à equipa, mas têm jogado muito. O Rafael Serra [médio], o João Delgado [avançado] e o Rodrigo Bugio [lateral-direito] têm-me surpreendido pela capacidade que mostram em serem importantes nesta equipa”, atira o técnico.

O Arraiolense lidera, então, a Série B da AF Évora de forma isolada e o técnico Luís Varela não alinha em discursos do óbvio. “Podia estar aqui a dizer aquelas banalidades que se ouvem, mas não sou assim. O objetivo traçado desde o início é atingir os lugares de playoff para discutir a subida. O compromisso é lutar por isso”, confessa, acrescentando: “Somos candidatos a atingir a final da 2ª Divisão. Agora, não nos consideramos favoritos.”
E este discurso não acontece, diz, por o Arraiolense estar a ganhar e no 1º lugar da classificação. “Se estivermos na mó de baixo daqui a três semanas e o Craques me ligar, vou ter o mesmo discurso. Sou sempre igual, quer a ganhar, quer a perder. E tenho-o dito aos meus jogadores. Estamos numa boa fase e devemos aproveitá-la. Temos seis vitórias a abrir, mas se só ganharmos estes jogos, não nos valerá de nada. Precisamos sempre do banho de realidade para mantermos este registo”, diz, sobre uma equipa que já somou mais vitórias esta época (incluindo liga e taça) do que em toda a época passada (cinco). O exemplo do Arraiolense devia ser seguido por todos.

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