
Rui Costa respira de alívio
Nuno Farinha|As eleições do Benfica para o mandato 2025/29 têm tudo para ser lembradas durante muitos anos. Décadas, talvez. Em primeiro lugar porque foram as mais participadas de sempre, à escala mundial, com uma afluência extraordinária: mais de 85 mil sócios! Mas não apenas por isso: passaram a ser, também, as primeiras na história do clube a ser resolvidas à 2.ª volta (por força dos novos estatutos). Daqui por duas semanas, a 8 de novembro, saberemos quem leva a melhor: se Rui Costa, se João Noronha Lopes.
O ato eleitoral das ‘águias’ deixou expostas outras questões que são, em dimensões diferentes, bastante embaraçosas. Por exemplo: como é possível que um clube desta grandeza não tivesse sido capaz de prever, em função dos ‘movimentos’ das últimas semanas, que a votação iria atingir os números que vieram a verificar-se? Foi essa incapacidade de antecipar uma corrida ‘anormal’ às urnas que levou à situação ‘terceiro mundista’ que acabou por verificar-se, que foi prolongar o anúncio dos resultados finais para a… tarde do dia seguinte! Não é possível aceitar que uma estrutura organizativa competente não seja capaz, em 2025, de conferir boletins, no máximo, em meia-dúzia de horas.
Outra questão: as inevitáveis sondagens. Não houve uma única – das várias que foram realizadas – que não tivesse dado a vitória a João Noronha Lopes, com Rui Costa em segundo lugar, João Diogo Manteigas em terceiro e, por fim, Luís Filipe Vieira em quarto. O problema já nem foram, sequer, as percentagens e os intervalos, mas sim… a ordem dos candidatos. Ou seja:
As sondagens disseram:
1º João Noronha Lopes
2º Rui Costa
3º João Diogo Manteigas
4º Luís Filipe Vieira
A realidade:
1º Rui Costa
2º João Noronha Lopes
3º Luís Filipe Vieira
4º João Diogo Manteigas
Conclusão: não acertaram em nenhuma posição! O que diz muito, desde logo, sobre a dificuldade de realizar um trabalho deste nível em eleições para clubes desportivos com forte representação nacional, quando o trabalho de recolha é feito, erradamente, apenas em Lisboa. Talvez se tenha aprendido com a lição. Logo veremos.
Por fim, e no que diz respeito à análise dos resultados apurados, a ideia mais forte é a de que não foi Rui Costa a ganhar, mas sim João Noronha Lopes a perder. O único candidato que reunia reais condições para destronar o presidente (ainda) em exercício não foi capaz de gerar a confiança necessária nos eleitores para ganhar vantagem e até, eventualmente, ser eleito à 1.ª volta.
Rui Costa apareceu neste final de mandato numa situação demasiado frágil: um campeonato em quatro anos; uma situação financeira cada vez mais delicada; o despedimento sucessivo de treinadores; investimentos faraónicos na construção e reconstrução de sucessivos plantéis e, entre outras coisas, o abandono (da Luz e do Seixal) de uma série de quadros de alta valia que, por não se reverem na forma de liderar o clube e a SAD, decidiram bater com a porta e foram saindo ao longo dos quatro anos de Rui Costa como presidente.
Ainda por cima, o momento atual do futebol do Benfica (com uma troca recente de treinador e resultados imediatamente comprometedores) deixaria, à partida, o atual presidente ainda mais à beira do KO. Noronha Lopes dispôs de uma oportunidade de ouro para atirar Rui Costa “ao tapete”, mas a realidade é que isso esteve muito longe de acontecer. Não só venceu a 1.ª volta (e com margem confortável: 42% vs 30%), como passou a ser, claramente, o favorito para 2.ª volta. Porque há, a partir de agora, uma natural tendência para os apoiantes de Noronha Lopes irem desmobilizando (em função da desilusão), nos dias que se seguem.
Como se não bastasse, o diretor de campanha de Noronha Lopes (Vasco Mendonça), na primeira reação após a noite das eleições, publicou uma mensagem (nas redes sociais) que era exatamente o oposto do que se recomendava naquele momento: “Se acham que alguém vai abdicar de alguma coisa é porque ainda não conhecem bem o homem.” Ou seja, quando se aconselhava uma posição de maior humildade, a candidatura respondeu de forma arrogante, quase a roçar a bazófia. Teria ficado melhor, por exemplo, qualquer coisa como isto: “Não foi o resultado que esperávamos, mas continuamos a acreditar que os benfiquistas acabarão por reconhecer que João Noronha Lopes é o líder indicado para o nosso clube. Cabe-nos a todos nós, que fazemos parte da sua equipa, ajudá-lo a provar isso mesmo de uma forma mais eficaz e assertiva. Temos 15 dias para isso.”
Há um facto que não deixa de ser uma evidência: perto de 60% dos sócios do Benfica votaram pela mudança. O que falta agora saber é se essa larga fatia – que representa a maioria – prefere que essa mudança seja para Noronha Lopes ou dar uma segunda oportunidade a Rui Costa, mesmo com as fragilidades já conhecidas.

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