
A empresária que promete mudar mentalidades
De uma infância turbulenta até ao papel de uma empresária respeitada no futebol masculino e feminino. Daniela Lopes nasceu em Mirandela e cresceu num contexto difícil, mas a sua ambição levou-a a cumprir um sonho de criança. “Queria ser futebolista, mas os meus pais eram contra”, explicou ao Craques.pt. A viver sozinha desde os 16 anos, veio a jogar futebol no Gil Vicente e ainda foi dirigente no Sp. Braga. Até que ficou desempregada e enveredou pela carreira de empresária. “Não me imaginava a fazer isto, foi por necessidade. Mas apaixonei-me por isto”, explica Daniela Lopes. A empresária que promete mudar mentalidades.
Ligou-se, então, à Shire Sports e o arranque não foi fácil, até porque falamos de um cargo que sempre foi desempenhado por homens. Mas a persistência de Daniela tem aberto muitas portas.

“Fui conhecendo a área e, naturalmente, encontrei dificuldades. Mesmo em Portugal, muita desconfiança. Não é fácil bater à porta de clubes e tentar falar com jogadores e jogadoras e levar sempre respostas negativas. As jogadoras mostravam-se sempre muito desconfiadas”, conta.
Até que, além de Portugal, Daniela resolveu partir para o Mundo, nomeadamente para a Arábia Saudita, onde aposta mais no futebol feminino. Mesmo sendo um país onde as mulheres são olhadas de lado.
“Tudo isso fez parte da dor de crescimento”, explica, contando depois como foi o arranque. “Eu já conhecia a família do Cristiano [Ronaldo]. E, um dia, fui com a Kátia Aveiro à Arábia Saudita ver um jogo em que o Ronaldo ia jogar contra o Fábio Martins, que é meu amigo. Foi a minha oportunidade. Vi o jogo, depois pude visitar o Centro de Treinos do Al Nassr e fiz muitos contactos. Desde então, vou duas vezes por ano à Arábia Saudita”, diz.

Mas não se pense que a Arábia Saudita só está a apostar no futebol masculino. As condições para o futebol feminino estão a ser desenvolvidas e já não é só a questão financeira que atrai. Daniela Lopes foi conhecendo aquela realidade pelo tempo que passou a dedicar àquele país.
“Depois daquele jogo, em novembro de 2023 fui um mês para a Arábia Saudita, onde estabeleci relações no futebol masculino e feminino. Os clubes começaram, então, a pedir-me ajuda em muitas coisas e, apesar de não ter feito nenhum negócio, conheço muito bem a realidade”, conta.
Na Turquia também atua no futebol feminino, mas o nível do campeonato é inferior ao português. Já a Arábia Saudita está empenhada na construção de infraestruturas condizentes, isto além dos valores que pagam, muito similares aos dos Estados Unidos. “As miúdas já treinam em relvados e começaram recentemente a fazer estágios antes dos jogos. Nada disto acontecia. Os árabes também já querem jogadoras de alto nível no campeonato deles. Já dão importância às mulheres”, avisa.
O conhecimento e experiência de Daniela Lopes leva-a a reconhecer que a chegada de Ronaldo à Arábia Saudita ajudou a mudar mentalidades. “A ida do Ronaldo para lá modificou a forma de pensar de muitas pessoas de lá. Perceberam que, para ter sucesso e para atrair os melhores e as melhores futebolistas, têm de oferecer condições de trabalho, de vida e de segurança para quem chega”, revela.

E essas condições serão suficientes para atrair, então, as futebolistas portuguesas? “Ainda vai demorar algum tempo… a mulher portuguesa é muito comodista. Ainda assim, estamos a falar de um dos países mais seguros do Mundo. As crianças podem andar na rua que nada lhes acontece”, diz.
E questionada, então, sobre se a Turquia pode ter maior capacidade de atrair internacionais portuguesas, Daniela é clara: “É mais perto de Portugal, mas não tem, nem de perto nem de longe, tantas e tão boas condições.”
Hoje em dia, Daniela Lopes é, então, uma reputada agente FIFA a quem muitos clubes recorrem para pedir opiniões sobre vários e várias futebolistas. E os negócios acontecem. Conhecida por ter realizado a maior transferência do futebol feminino em Portugal – a internacional portuguesa Telma Encarnação trocou o Marítimo pelo Sporting -, a empresária portuguesa da Shire Sports quer deixar, então, uma marca nesta profissão e, dentro de alguns anos, apostar noutra vida.

“Até ao final de 2025 quero fazer mais uma transferência no futebol feminino e o meu primeiro negócio na Arábia Saudita”, revela.
E depois? “Se daqui a 20 anos me imagino a fazer isto? Se calhar, não. Tenho os meus objetivos pessoais, quero ser mãe, e com a vida que tenho, sempre a viajar, agora é impossível. Deixando de ser agente, gostaria um dia de voltar a Portugal para ser diretora-desportiva de um clube. E o futuro logo se via…”
Considerando, então, que o futebol feminino “ainda está a crescer” mas que “terá um boom nos próximos anos”, Daniela Lopes prevê que ainda “demore mais algum tempo” até que o nível seja próximo do futebol masculino, no qual também desenvolve a sua atividade, “principalmente nos Emirados Árabes Unidos”.

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