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Admar Lopes, o outro português do Vasco da Gama

Admar Lopes, o outro português do Vasco da Gama

João EstevesJoão Esteves|

Dirigente de 41 anos, de Ermesinde, está a conquistar o seu espaço no gigante carioca — na sombra dos holofotes que iluminam Nuno Moreira (e do destaque sempre associado a José Boto no rival Flamengo), mas com influência crescente na transformação vascaína.

O futebol brasileiro descobriu, com o decorrer da competição, que o Vasco da Gama tem um avançado português a decidir jogos e a alimentar sonhos — Nuno Moreira, um dos destaques do onze de Fernando Diniz que incendiou São Januário e virou ‘queridinho’ das bancadas. Mas, nos corredores do clube, há um outro português a redesenhar o futuro do “Gigante da Colina”. Chama-se Admar José Ferreira Lopes, tem 41 anos, nasceu em Ermesinde, e está a assumir silenciosamente um papel de protagonista na reconstrução vascaína.

Chegou ao Rio de Janeiro sem alarido mediático, longe do impacto de José Boto no Flamengo, mas com currículo e convicção suficientes para mudar mentalidades. O tempo começa a dar-lhe razão.

De Ermesinde para o mundo

A história de Admar Lopes não é de palcos, mas de bastidores. Começou no scouting do FC Porto, um dos berços europeus da análise moderna, e ali formou o olhar clínico para talento, contexto e oportunidade.

Depois, seguiu o trilho de quem pensa o futebol à escala global. Trabalhou no AS Monaco e no LOSC Lille ao lado de Luís Campos, hoje diretor desportivo do PSG e considerado um dos maiores “arquiteto-de-plantéis” do futebol mundial.

Admar Lopes esteve em três clubes de França, enquanto dirigente, antes de chegar ao Rio de Janeiro

No Principado, encontrou Leonardo Jardim, o treinador que conduziu o Monaco de Mbappé, Bernardo Silva e Fabinho ao título francês. Em Lille, absorveu conhecimento junto de dois técnicos de universos distintos: o revolucionário Marcelo Bielsa e o pragmático-vencedor Christophe Galtier. Aprendeu com ambos — a ousadia e a estrutura, o risco e a disciplina.

Antes de aterrar no Brasil, foi diretor-geral de futebol do Boavista e mais tarde do Girondins de Bordeaux, clubes integrados no controverso universo empresarial do investidor luso-luxemburguês Gérard Lopez. Viu de perto tempestades financeiras, tensões políticas, e percebeu — como poucos — que o futebol já não se governa apenas com paixão: exige estratégia, método, governação e coragem.

Missão de reconstruir, organizar e modernizar

Quando foi anunciado como Diretor Executivo de Futebol do Vasco da Gama, em junho de 2025, muitos torcedores perguntaram: “Mas quem é este português?”

Hoje, a pergunta começa a ser outra: “Como é que o Vasco estava sem ele?”

Com o clube a assinar a melhor campanha da segunda volta do Brasileirão, os méritos não pertencem só ao campo. O treinador Fernando Diniz e o seu Dinizismo de bola ao pé e peito aberto merecem aplausos; o talento do menino Rayan entusiasma e promete; mas é cada vez mais evidente que existe um plano, uma estrutura, uma estratégia — e aí entra Admar Lopes.

Pedrinho, Presidente do Vasco, depositou confiança no português

O dirigente trouxe ao Vasco aquilo que transportou da Europa: processo, scouting global, métricas, análise de performance, planeamento plurianual e decisões baseadas em convicção e não em urgência emocional.

Não procura protagonismo. Procura sustentabilidade desportiva, palavra que raramente faz manchetes, mas que costuma levantar taças.

O português que trabalha nas sombras

Admar Lopes não disputará bolas divididas no relvado, não ouvirá cânticos com o seu nome, não aparecerá em posters nas bancas. Mas cada contratação assertiva, cada evolução de atleta promovido ao plantel principal, cada decisão que fortalece o clube… tem a sua impressão digital.

Se Nuno Moreira é a face portuguesa que a torcida abraça, Admar Lopes é o coração estratégico que o clube está a aprender a admirar.

Nuno Moreira é o português do Vasco da Gama que dá que falar dentro das quatro linhas

Tem a frieza de quem sabe que o futebol se decide nos detalhes, mas também a paixão suficiente para perceber o peso da Cruz de Malta ao peito. Chegou sem estrelas na lapela; está a construir, com trabalho, o seu próprio brilho.

O Vasco tem dois portugueses

No Brasil, gostam de dizer que o futebol se divide entre quem encanta e quem constrói. O Vasco, em 2025, tem um português a encantar e outro a construir.

Nuno Moreira embala o sonho.
Admar Lopes ergue os alicerces.

E se o gigante carioca voltar a ser gigante, a história não esquecerá o avançado que incendiou São Januário — mas também não apagará o dirigente que acendeu a luz lá dentro.

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