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José Carlos: "Sentimos que tínhamos de fazer algo pelo futebol feminino"

José Carlos: "Sentimos que tínhamos de fazer algo pelo futebol feminino"

José Carlos: “Sentimos que tínhamos de fazer algo pelo futebol feminino”

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O diretor-geral do Campus do Jogador revela as ambições do Sindicato dos Jogadores na criação do primeiro Estágio da Jogadora em Portugal. “A par de Espanha, não há outro Sindicato com futebol feminino”, diz. O projeto surge quando o futebol feminino português vive um momento de crescimento, mas ainda enfrenta desafios estruturais.

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol deu este ano um passo histórico ao criar um estágio dedicado ao futebol feminino. “Sentimos que tínhamos de fazer algo pelo futebol feminino, que está em crescimento”, explica José Carlos, responsável pelo Campus, em Odivelas, ao Craques. A iniciativa visa colmatar lacunas existentes no panorama nacional e oferecer, então, oportunidades a jogadoras com e sem clube. “Até a meninas que nunca jogaram damos essa oportunidade”, garante, evidenciando a vocação inclusiva do projeto.

Uma evolução com 23 anos

A transformação das condições oferecidas pelo Sindicato é notória. Sobretudo quando José Carlos recorda os primórdios da organização. “Nós não tínhamos condições, andávamos com a casa às costas”, confessa, referindo-se aos tempos em que procuravam “junto da Federação, a cedência de campos.”

O contraste com a realidade atual é evidente: “Não há comparação para aquilo que temos hoje para o que havia. É tudo diferente.” As instalações de Odivelas, situadas nas Colinas do Cruzeiro, onde o Sindicato se encontra há “cerca de cinco anos”, representam, então, uma conquista significativa. “Hoje temos um local nosso onde o estágio decorre todos os anos”, sublinha o diretor.

A realidade do Sindicato de Jogadores é hoje bem diferente de há 23 anos

José Carlos recorda ainda que já organizaram “dois torneios internacionais da FIFPro, com outros sindicatos do mundo” nestas instalações e no Estádio Universitário. “A estabilidade de espaço próprio permitiu-nos desenvolver os serviços que oferecemos aos jogadores para poderem treinar”, numa evolução que considera “completamente diferente de há 23 anos.”

Mais do que futebol: educação e formação

As instalações atuais não se limitam aos campos de treino. Incluem, então, “um auditório para formações”. O diretor-geral do Campus do Jogador explica ainda que o objetivo é “conciliar a parte desportiva à parte educacional”, reconhecendo que “grande parte dos jogadores tem uma certa falta de estudos.” A estratégia passa, então, por alertar os atletas a “fazerem formações ao longo da carreira”, numa perspetiva de preparação para o futuro.

O trabalho desenvolvido por José Carlos no Sindicato de Jogadores está à vista de todos

“A carreira vai terminar um dia, é certinho”, alerta José Carlos, antigo jogador de Benfica e Vitória SC, entre outros, sublinhando a importância de os jogadores compreenderem esta realidade. O Sindicato disponibiliza diversos cursos a ex-futebolistas. “Podologia, saúde mental, literacia financeira, carreiras duais – dadas pelo nosso vice-Presidente Anselmo Cardoso – além de inglês, francês e alemão, através do Cambridge, o nosso parceiro mais antigo nesta área”, explica José Carlos. “Quanto mais cedo os jogadores perceberem isso, melhor”, defende, lamentando que “há muitos que só percebem no fim.”

O futuro do futebol feminino

O estágio feminino surge, então, como uma resposta à necessidade identificada no panorama nacional. “O futebol feminino, nesta altura, não tem desemprego”, observa José Carlos, mas reconhece que “em Portugal ainda existe um défice de praticantes.” A iniciativa pretende “trazer o futebol feminino para a agenda do dia”, aproveitando a presença mediática para dar visibilidade à modalidade.

“Aqui, a elas nada lhes falta. Têm um campo, uma treinadora de qualidade, equipamentos e referências na estrutura, como a Carla Couto e a Matilde Fidalgo”, enumera o diretor, de 58 anos, garantindo, então, que o Sindicato está a dar “passos seguros” para aquilo que quer para o futebol feminino. O projeto, ainda em fase experimental, representa uma forte aposta no desenvolvimento da modalidade em Portugal.

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