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Leicester City 2015/16 – o milagre começou há 10 anos

Leicester City 2015/16 – o milagre começou há 10 anos

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Há dez anos, também num sábado, mas 8 de agosto de 2015, começava o feito mais improvável da história do futebol inglês. A primeira jornada da Premier League 2015/16 parecia mais uma formalidade. O Leicester City, que no ano anterior lutara contra a descida até às últimas jornadas, recebeu o Sunderland com odds de 5000/1 para vencer o título. Poucos imaginavam que essa tarde marcaria o início de um conto de fadas.

A caminhada rumo ao título de campeão do Leicester começou faz hoje 10 anos. Na receção ao Sunderland, da 1ª jornada, Jamie Vardy, Riyad Mahrez e Marc Albrighton marcaram, então, na vitória por 4-2 que deu o primeiro sinal de que algo especial estava a acontecer em Leicester. Dez anos depois, essa temporada continua a ser lembrada como o momento em que o futebol provou que os sonhos ainda são possíveis. Mesmo num desporto cada vez mais ‘dominado’amarrado’ pelo poder financeiro. Leicester City 2015/16 – o milagre começou há 10 anos.

Das profundezas ao topo – a ressurreição de 2014/15

Para compreender a magnitude do feito de 2015/16, é essencial recordar o drama vivido nas temporadas anteriores. Sob o comando de Nigel Pearson, o Leicester City passou quatro meses e meio na última posição da Premier League, entre o final de novembro de 2014 e meados de abril de 2015. A equipa parecia, então, condenada à despromoção, numa situação que poucos clubes na história da liga conseguiriam reverter.

A “Great Escape” chegou nas últimas nove jornadas, em que sete vitórias garantiram, então, a permanência e o 14.º lugar no final. Essa experiência, longe de quebrar o grupo, criou uma união e uma mentalidade resiliente que se revelaria fundamental na temporada seguinte. Jogadores como Wes Morgan, Robert Huth, Riyad Mahrez, Jamie Vardy, Drinkwater, Albrighton ou Kasper Schmeichel viveram esses momentos de desespero e emergiram mais fortes na época seguinte.

O mestre italiano e a revolução tática

A chegada de Claudio Ranieri no verão de 2015 encontrou bastante ceticismo por parte dos adeptos. O treinador italiano, conhecido por alguns insucessos em grandes clubes, parecia uma escolha conservadora para um clube com ambições modestas. Contudo, Ranieri trouxe consigo uma filosofia simples mas eficaz. “Não quero mudar muito, apenas dar o toque tático italiano”, disse, na apresentação.

O sistema 4-4-2 clássico implementado pelo técnico romano baseava-se na pressão alta, defesa zonal e, essencialmente, compactação entre linhas. A equipa defendia com muito pouco espaço entre defesas e avançados, forçando os adversários a jogar pelas alas. Quando recuperava a bola, o contra-ataque era devastador: Schmeichel lançava longo, Kanté e Drinkwater distribuíam com precisão, e Mahrez, Okazaki e Vardy finalizavam, então, com uma eficácia brutal.

Os heróis improváveis do King Power Stadium

O 11 titular que conquistou a Premier League custou apenas 28,8 milhões de euros. Uma quantia irrisória, sobretudo nos dias de hoje, e até comparando com os rivais. Kasper Schmeichel, filho da lenda Peter Schmeichel, era o guarda-redes. À frente dele, Danny Simpson e Christian Fuchs davam largura nas alas, enquanto a dupla do eixo, formada por Wes Morgan-Robert Huth, dominava, então, a zona central.

Riyad Mahrez foi o primeiro africano a ser considerado Jogador do Ano em Inglaterra

No meio-campo, o francês N’Golo Kanté era o reforço-surpresa e um motor incansável que recuperava bolas em toda a parte. Apoiado, então, pelo ‘panzer’ Danny Drinkwater. Nas alas, Marc Albrighton garantia a largura direita enquanto Riyad Mahrez, do lado esquerdo, cortava para dentro para criar magia. No ataque, Jamie Vardy pressionava desde o primeiro passe do adversário e Shinji Okazaki completava o trabalho coletivo com a sua mobilidade.

A resiliência quando tudo parecia desmoronar-se

Dezembro e janeiro testaram, então, a resistência mental dos foxes. Após um início de temporada arrebatador, a equipa começou a mostrar sinais de que se calhar o conto de fadas terminaria por ali. A derrota, por 2-1, frente ao Chelsea, seguida da derrota em Anfield, diante do Liverpool, levou muitos a duvidarem da capacidade de Leicester manter o ritmo ainda em dezembro.

Mas Janeiro foi ainda mais cruel. O empate com o Bournemouth e o Manchester City, além da eliminação da FA Cup frente ao Tottenham, culminaram numa série de sete jogos com apenas uma vitória.

Jamie Vardy apontou 24 golos com a camisola do Leicester na época do título

Arsenal e Tottenham ainda aproveitaram para se aproximar na tabela, e os céticos começaram a falar, então, de inevitável colapso. Contudo, uma vitória por 3-0 sobre o Stoke City seguida de triunfos convincentes contra Liverpool e Manchester City devolveram, então, a confiança. E provara que a equipa de Ranieri tinha fibra para lutar até ao fim.

O dia em que os sonhos se tornaram realidade

A 2 de maio de 2016, chegou a segunda-feira que ficará para sempre na história do Leicester City. Os foxes viram, então, confirmada a sensacional conquista da Premier League. E nem foi preciso jogar: o empate (2-2) entre Tottenham e Chelsea em Stamford Bridge garantiu matematicamente o título aos homens de Ranieri. Nesse dia, os jogadores do Leicester festejaram todos em casa de Jamie Vardy.

Jamie Vardy, que estabeleceu um recorde de golos em jogos consecutivos (11), terminou a época com 24 golos. E Riyad Mahrez, primeiro africano a ganhar o prémio de melhor jogador da época, marcou, então, 17 golos e distribuiu magia por todo o lado. A festa que se seguiu em Leicester foi épica. Milhares de adeptos invadiram as ruas numa celebração que durou vários dias. O clube que começara a época com odds de 5000/1 tinha conseguido o impensável. Provando, então, que no futebol os milagres ainda acontecem quando há união, trabalho e uma pitada de magia.

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