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O ‘xadrez axadrezado’: a crise boavisteira e o triplo renascimento

O ‘xadrez axadrezado’: a crise boavisteira e o triplo renascimento

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Outrora campeão nacional, o Boavista Futebol Clube enfrenta um dos capítulos mais sombrios da sua história. A descida desportiva, e depois, administrativa para os escalões distritais da AF Porto chocou o futebol português, mas revela uma complexa teia de problemas financeiros e de gestão. No entanto, desta crise emerge uma realidade peculiar: a coexistência de três entidades com o nome Boavista, cada uma com o seu próprio destino. Um gigante adormecido à procura de um novo caminho no intrincado tabuleiro do futebol.

Fundado em 1903, o Boavista é um dos clubes mais emblemáticos de Portugal, conhecido pela sua camisola axadrezada e por ser um dos únicos cinco clubes a conquistar o Campeonato Nacional. A sua história é rica em glórias e momentos de grande fulgor, mas os últimos anos têm sido marcados por uma instabilidade crescente. A recente descida aos distritais da AF Porto, após falhas na inscrição nas ligas profissionais, é o culminar de um período conturbado que levanta sérias questões sobre o futuro do clube do Bessa. O Xadrez Axadrezado: a crise Boavisteira e o triplo renascimento.

O triplo Boavista: uma realidade complexa

O Boavista FC vai disputar o quarto, e último, escalão da AF Porto, em 2025/26.

A crise boavisteira deu origem a uma situação inédita e complexa: a existência de três entidades distintas, cada uma com o Boavista no pensamento, a competir em diferentes escalões. O Boavista Futebol Clube, a entidade original, irá competir na 1.ª Divisão da AF Porto, o último escalão da distrital portuense (por ordem: Hyundai Liga Pro, Divisão de Elite, Divisão de Honra e 1.ª Divisão). Esta equipa representa a base do clube, com o seu futebol de formação e a ligação direta aos sócios.

Paralelamente, a Boavista SAD, a Sociedade Anónima Desportiva que geria o futebol profissional, também irá competir nos distritais, mas na Hyundai Liga Pro, a mais alta divisão da AF Porto. Esta situação insólita resulta da incapacidade da SAD em cumprir os requisitos para a inscrição nas ligas profissionais, levando-a a recomeçar num escalão inferior.

Um grupo de adeptos boavisteiros criaram o Panteras Negras Footballers Club e vão jogar na distrital portuense.

Por fim, e num movimento de contestação e esperança, um grupo de adeptos fundou o Panteras Negras FC, um novo clube que também irá competir no último patamar distrital, na 1.ª Divisão da AF Porto, junto do Boavista Futebol Clube. Este novo emblema surge como uma alternativa, um refúgio para os adeptos descontentes com a gestão da SAD e que procuram um regresso às raízes e aos valores do Boavista. A coexistência destas três entidades, cada uma com a sua própria agenda e ambições, promete um futuro incerto e, ao mesmo tempo, complexa para o universo axadrezado.

O passado vitorioso das panteras

O Boavista Futebol Clube, então, fundado em 1903, é um dos pilares do futebol português, distinguindo-se não só pela sua identidade visual única, mas também por um palmarés invejável. O ponto alto da sua história foi, sem dúvida, a conquista do primeiro Campeonato Nacional do novo século, em 2000/01, sob a liderança de Jaime Pacheco. Este troféu quebrou a hegemonia dos ‘três grandes’ e inscrevendo o seu nome entre os campeões nacionais.

O Boavista foi o primeiro campeão nacional do século, em 2000/01.

Para além do título de campeão nacional, o Boavista orgulha-se de possuir cinco Taças de Portugal (1974/75, 1975/76, 1978/79, 1991/92, 1996/97). Além de três Supertaças Cândido de Oliveira (1979, 1992, 1997). Estes troféus solidificam a posição do Boavista como um dos clubes mais titulados do país, com uma rica tradição de sucesso e competitividade. A mística do Bessa, com o seu ambiente fervoroso, foi palco de muitas destas vitórias, impulsionando equipas e jogadores a superarem-se.

Problemas do presente

Apesar de um passado recheado de glórias, o presente do Boavista é marcado por uma profunda crise. A incapacidade de se inscrever na Liga 2 e Liga 3, culminando, então, na descida para a AF Porto, é o reflexo de anos de má gestão financeira e desportiva. Dívidas acumuladas, proibições de inscrição de jogadores e uma instabilidade diretiva constante minaram a estrutura do clube, afastando-o dos palcos principais do futebol nacional. A paixão dos adeptos, embora inabalável, não foi suficiente para conter a derrocada.

Figuras que marcaram o clube

Ao longo da sua história, o Boavista foi casa de inúmeras figuras que deixaram a sua marca no futebol português e internacional. Desde o icónico guarda-redes Ricardo, passando por João Pinto, Nuno Gomes, Petit, ou Fary Faye.

Jaime Pacheco era o treinador do plantel campeão nacional.

A lista de talentos que vestiram a camisola axadrezada é vasta. Treinadores como Jaime Pacheco, que liderou, então, a equipa ao título de campeão nacional, também são parte integrante da rica tapeçaria boavisteira. Estas figuras contribuíram para a construção da identidade e do prestígio do clube, tornando a atual situação ainda mais dolorosa para os seus adeptos.

O ‘Xadrez Axadrezado’: a crise Boavisteira e o triplo renascimento

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