
De Cabo-Verde à Ilha do Pico – A história de Ricardo Soares Moreira
Tudo começou em Cabo Verde, quando os primeiros toques na bola despoletaram um sonho e, como muitos outros, essa ligação pelo futebol nunca mais desapareceu. Quando chegou a Portugal ainda muito novo, o destino de Ricardo Soares Moreira foi, então, o Atlético do Cacém, em Sintra. Mas nem o próprio diria que uns anos mais tarde, estaria nos Açores a jogar na Taça de Portugal pelo Madalena. “Não estava à espera de chegar aqui, nem de jogar. Quanto mais no ano a seguir estar a jogar Taça de Portugal”, revela, numa entrevista exclusiva ao Craques. De Cabo-Verde à Ilha do Pico – A história de Ricardo Soares Moreira.
Jogador do Madalena desde a temporada 2020/2021, Ricardo Soares Moreira ainda passou pelo Flamengos, da ilha do Faial nos Açores. Mas refere-se, então, ao clube atual com outro sentimento. “Hoje em dia, o Madalena é o clube do meu coração. Acabei por afeiçoar-me ao clube, às gentes daqui. Gente simples”, confessa.

Além disso, o avançado destaca, como ponto diferenciador, a importância do apoio popular. “Os adeptos aqui são muito mais chegados ao clube (…) Acabamos o jogo e o bar do clube está sempre cheio de adeptos (…)”, diz. E acrescenta, em jeito de brincadeira: “Aqui andas na rua, passas por um adepto que sabe que tu jogas à bola. Se estiveres a ganhar, está tudo bem. Mas se estiveres a perder, levas na cabeça e apertam com o pessoal.”
Nos aspetos positivos, diz ainda sentir algo diferente em torno do clube. “O que eu sinto aqui é que a maioria dos jogadores joga por amor ao clube. Mas não jogam porque se querem divertir. Jogam para ganhar e, querendo ou não, isso já passou um bocado para mim”, revela.
Contudo, é preciso recuar até aos relvados na capital para entender todo o seu percurso. Depois de deixar o clube onde jogava em Cabo Verde, chegou a Portugal e não desistiu de jogar. Pese embora todas as dificuldades que teve de enfrentar.

Em Sintra, treinou no Atlético do Cacém, mas nunca pôde jogar oficialmente na competição, por um problema que se estende há vários anos e que abrange vários clubes em todo o país. “Para eles pagarem os papéis todos era à volta de 500/600 euros. E um clube desses não tem disponibilidade financeira para pagar esses valores. Tive que esperar até ter a nacionalidade portuguesa”, revelou, num exclusivo ao Craques.
Nacionalidade que só veio passado uns anos, quando chegou aos juniores. Mas quando já representava o Arsenal 72, onde jogou na temporada 2018/2019. Depois disso, Ricardo começou a trabalhar e foi obrigado a parar de jogar. Mas, mesmo assim, dois amigos fizeram-lhe uma proposta para voltar e, na temporada 2021/2022, regressou aos relvados como sénior no Algueirão.
Finalmente, a chegada à ilha do Pico. Apesar de a temporada ter começado bem no Algueirão nesse ano, Ricardo Moreira meteu a vida à frente do futebol e decidiu viajar novamente. Simplesmente à procura de melhores condições para viver. “Vim ter com um padrinho meu. Ele foi uma vez a Lisboa, fez-me o convite, eu vim para experimentar. E até hoje estou aqui, já faz 4 anos”, contou.
E novamente o futebol, apareceu. Logo quando chegou, o primo, Emerson Spencer, convidou-o a ir treinar no Madalena, clube onde jogava. “Fui, eles gostaram de mim e pediram-me para ficar. Precisavam de um ponta-de-lança. Demorei a adaptar-me, mas comecei a marcar um golo aqui e ali”, afirma.

Uma aventura que, de negativo, só tem o formato do campeonato. Esta temporada, o Madalena só tem pela frente o Fayal e o Vitória do Pico, visto que o Flamengos e o Lajense, das mesmas ilhas do Faial e Pico, disputam o campeonato de futebol dos Açores. Mas o objetivo é apenas um. “Queremos ser campeões, para subir de divisão”, remata o avançado. Agora, aos 25 anos, tem um trabalho, uma família e o futebol. Que, no final do dia, anda sempre de mão dada com a história de vida de Ricardo Soares Moreira.


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